segunda-feira, 25 de abril de 2016

Cartilha de Fiscalização Céu de São Lourenço da Mata

1 - Introdução

Essa cartilha de fiscalização foi a iniciativa de nossa Igreja Céu de São Lourenço da Mata no intuito de reunir o maior número de informações práticas a respeito da função de fiscalização, para que fardados dessa casa, possam preparar a si mesmo com todo o conteúdo desse texto para o aprimoramento de sua valiosa experiência nessa função, sendo necessária sua prática a todo fardado na doutrina do Santo Daime.
 O objetivo principal dessa cartilha é, facilitar, a todos os irmãos e irmãs o  entendimento de como essa função agrega profunda contribuição  no trabalho espiritual que realizamos com consciência  no cumprimento do   nosso sagrado calendário.  As fontes principais desse material: - Cartilha de fiscalização do Céu do Mapiá  (baseado nos Normas e Rituais), nos trazendo uma visão bem importante a respeito de uma condução da fiscalização por todas as fontes vivas que são nossos Padrinhos e Madrinhas. Considerando profundamente também a experiência de outras igrejas, que formataram suas cartilhas de estudo a que tivemos acesso, e a experiência e correção desse texto por pessoas das quais contribuíram para tornar a cartilha o mais fidedigna possível à realidade dos trabalhos. Além de contribuição da nossa irmã Analúcia (Céu do Mar) e Madrinha Maria Alice. Nosso agradecimento profundo a cada um por essas contribuições, à nossa patrona Madrinha Sônia e ao Padrinho Alex, a todas as matriarcas e patriarcas de nossa igreja, que com sua experiência dentro da doutrina nos ajuda a esse compilamento. Ao dirigente, Conselho do CSLM e os responsáveis pela organização da fiscalização. O nosso objetivo maior é o estudo e aprimoramento dentro de uma ordem afinada com a fonte que são nossos padrinhos e madrinhas vivos, com a  nova realidade de crescimento e expansão em nossa igreja. Por considerar o estudo dessa função algo “vivo”, conforme Padrinho Alfredo sempre deixa claro nos Normas e Rituais, nos esforçamos para ser o mais didático possível para que esse texto seja nossa baliza, refletindo em nossa prática, o entendimento da função. Que possamos todos evoluir nossos estudos com um caminho de informações que nos ajudem a esclarecer a função de fiscalizar para que na nossa prática torne-se uma contribuição mais consciente na qualidade de nosso trabalho espiritual na doutrina.  A fiscalização é nossa prática na caridade divina dentro da doutrina, nos trabalhos espirituais e na nossa vida, cotidianamente. E nos é ensinada por nossa fonte maior na experiência de nosso mestre Raimundo Irineu Serra, ao Padrinho Sebastião Mota de Melo, a Madrinha Rita Gregório de Melo e ao ICEFLU, na direção do seu Presidente Alfredo Gregório de Melo. Que todos os seres da corte celestial possam nos abençoar e serem motivadores a todos os irmãos e irmãs que tiverem acesso a essa cartilha, para cumprirmos a missão que o Mestre e todos dessa fonte da Doutrina do Santo Daime nos deixa, como conselho e prática para desenvolvermos nossa evolução espiritual: com amor, a verdade, a justiça, a união e a paz. Bom estudo a todos! Antes de começar, é bom enfatizar que o nosso trabalho espiritual é algo vivo e dinâmico. As regras são como balizas indicando o caminho e procedimento a serem seguidos, mas não precisa colocar ela na frente do AMOR, HARMONIA, VERDADE E JUSTIÇA, e caso sejam quebradas entender que o motivo foi importante. Ao mesmo tempo lembrando o bom senso como guia para não fugir muito do que já foi estabelecido pela Doutrina. Reunimos aqui, informações para que possamos direcionar os estudos a esse primeiro contato com a função da Fiscalização

 2 - COMPROMISSO COM O FARDAMENTO  

Antes de abordarmos o que significa ser fiscal, é importante considerarmos o que é ser fardado.  O ato de decidir fardar-se é antes de tudo o compromisso com o Mestre, levantando assim a bandeira da espiritualidade em seu caminho de evolução. É o gesto em que, ao colocarmos a Estrela no peito, nos identificamos como componentes do batalhão da Rainha da Floresta e com elas pleiteamos nos objetivos maiores da doutrina. Individualmente, o de prosseguir com o processo de limpeza, cura e graduação. E coletivamente servindo a doutrina para constituirmos como instrumento e membro vivo para a nossa igreja, compondo assim a  nossa egrégrora espiritual.  A expressão material deste compromisso é a filiação à doutrina por intermédio do Centro onde realiza seus trabalhos, e onde possa contribuir para a realização de trabalhos mais e mais maduros, assim como acolher novos pretendentes ao estudo espiritual na doutrina. Institucionalmente, ser fardado também é ser participante das atividades prévias de manutenção do trabalho espiritual (reuniões, trabalhos de manutenção do sítio, igreja, ensaio, fiscalização e outros) dispondo-se sempre fazer o que for necessário e quando for necessário. Disso decorre sua presença nos hinários oficiais e e ao menos uma concentração por mês, bem como estar disponível para eventuais trabalhos de cura a irmãos necessitados, caso seja solicitado.  Há um pré-requisito básico e evidente que é o de estar com as fardas em dia e o de se apresentar assiduidade e pontualidade nos trabalhos, bem como estar com suas contribuições sociais em dia junto ao seu centro de filiação.   Isso são requisitos primordiais antecedendo qualquer função. Nesse compromisso, dirigentes, conselhos  e comando têm a informação com quem poderá contar nos trabalhos para a delegação das funções pertinentes para que o trabalho aconteça dentro da ordem.

 3-RITUAL

O ritual de nossa doutrina é vivo, como um mapa simbólico que nos ajuda a percorrer com maior facilidade os caminhos do conhecimento espiritual. Seguindo o alerta do nosso Padrinho Alfredo nas Normas e Rituais. Um caminho do meio deve ser considerado, não fossilizando regras, mas tornando-as cada vez mais prática. Sem assim ser um entrave aos participantes no seu cumprimento. Em contrapartida evitar extremos de conduta, ignorando prescrições sábias da tradição que são fruto das experiências vividas por daimistas antes de nossa geração. E nesse sentido encontraremos aqui esse caminho do meio de forma clara a todos que queiram aprofundar esse entendimento.  É essencial termos a consciência de que nesse texto estamos considerando o mapa vivo e mediano, ambas as posições com total zelo e um respeito em relação aquilo que foi prescrito, sem que isso impeça a tradição de manter o conteúdo de sua mensagem atual e útil para as diferentes necessidades de cada época. O Padrinho Sebastião costumava dizer que “espiritualidade é respeito”.  Algumas pessoas encontram dificuldade em aceitarem ou compreenderem as normas de ritual porque não gostam de se submeter a nenhuma escola ou disciplina. Mesmo reconhecendo que existam pessoas nas quais a espiritualidade esteja acima de quaisquer convenções, acreditamos ser necessário se valer de algumas práticas, ritos e símbolos para galgarmos os diferentes degraus da vida espiritual e para uma boa comunicação dentro do respeito.

 “... É bom alertar igualmente que o simples enunciado e descrição de nossos rituais apresentados neste texto, que visa o estudo e o aperfeiçoamento do nosso trabalho, não concede nenhum poder especial aos nossos leitores, de tal modo que eles possam se sentir capazes de virar um dirigente espiritual da noite para o dia, pensando que basta para isso recitar as passagens de um manual. Sem dúvida, como já mencionamos, esse pequeno livreto pode prestar uma ajuda inestimável para todos que trabalham nas diversas frentes de nosso atendimento espírita. Mas sua leitura e aplicação não substituem o árduo aprendizado, o amor e a caridade e as virtudes éticas que só são possíveis através de uma vida dedicada à evolução espiritual. Em última análise o nosso ritual deve ser fruto de uma consagração. O cenário do nosso ritual deve ser um espaço sagrado. Nele cantamos, meditamos, canalizamos energias, irradiamos energia e nos curamos¨. (Normas e Rituais por Pad. Alfredo Gregório). Entendemos ser importante constar nessa cartilha essa ressalva, pois todos fardados poderão entender o motivo em zelar essas normas de ordenação de atitudes práticas na função de fiscalização, com consciência de que ser fardado é parte viva e semeadora dessa doutrina a todos os novos fardados que aqui chegam e bebem dessa fonte maravilhosa de nossa doutrina.

 4- PONTUALIDADE

 A respeito do horário dos trabalhos, firmamos a importância de cada fardado, membro dessa casa compreender e contribuir com a pontualidade na chegada de nossos trabalhos espirituais. Para melhor entender o ritual é necessário saber que existe uma estrutura simples de composição: começo, meio e fim. Para o começo do ritual é bastante importante manter a pontualidade nos trabalhos, pois como nos ensinou o Padrinho Paulo Roberto “quando marcamos o horário do trabalho, não marcamos apenas com os irmãos, marcamos também com a espiritualidade”. Para isto é necessário um corpo de fardado que cumpra a missão de chegar cedo para organizar o salão e está pronto no horário marcado. A pontualidade para a retomada dos trabalhos após os intervalos  tem o mesmo caráter de importância.

 5-ORIENTAÇÕES BÁSICAS PARA O TRABALHO DE FISCALIZAÇÃO

       A) O ESTUDO DA FISCALIZAÇÃO

O Estudo da fiscalização é algo vivo de importância fundamental nos Trabalhos do Santo Daime. É nessa função o aprendizado prático de todo fardado sobre respeito de dotes, perfis pessoais, aceitação, confiança (na força espiritual, na própria escuta do seu crescimento e cura) e a valiosa prática da caridade no sentido de compreender em si mesmo, o que significa o pedido: DA-I-ME. O que damos nessa função para quem nos visita? O que damos para nossa corrente dentro de uma consciência essas informações? Essas são perguntas que precisam sempre ressoar na prática dessa função ao fardado.  A fiscalização atende a duas necessidades básicas:    
I) O Zelo pelo encaminhamento do ritual nos moldes em que foi concebido;    
II) O atendimento aos irmãos em passagem e aos mediuns que estão servindo como aparelhos de caridade espiritual auxiliando no processo de iluminação dos seres em sofrimento e aflição.                                                                                                                                                    

         B)  CONDUTA

 As guias para uma boa fiscalização é a informação do fiscal sobre o que compõe um trabalho do Santo Daime no salão e saber zelar pelo bom andamento do trabalho. Todos os membros fardados, com a ajuda dos mais experientes, devem participar dos diversos trabalhos de fiscalização. O trabalho é algo vivo – Há pessoas, há espiritualidade. O treinamento e preparo dos fiscais é constante e eterno. O bom fiscal deve ser sereno, obediente ao comando do trabalho, amoroso e ao mesmo tempo persuasivo e firme quando se trata de resolver problemas e situações que estão prejudicando o fluir harmonioso do trabalho. Além disto deve ter bom senso sobre as situações que aparecem durante o trabalho, sempre se orientando pelo comando do trabalho. Trabalhar perante as regras da Doutrina e ter o bom Senso de como deve-se conduzir as situações. Lembrando sempre que cada situação pede uma ação e as vezes  a Regra duelará com o Bom senso.      

  C)  ORIENTAÇÕES BÁSICAS DA CORRENTE

 Todos os participantes devem se manter na corrente, pois é nela que recebemos todos os primores e cura que buscamos. Isso serve primordialmente à prática do fardado que compõe a força espiritual criada a partir da soma de energias coletivas. Por isto é de suma importância que o Fardado cuide de seu posto, para não necessitar mudanças de lugar. Lembrando sempre que o fiscal deve seguir a regra de esperar 3 hinos  para movimentar a corrente, pois temos que ter cuidado sobre mudança de lugar  na força do Daime, para não comprometer o trabalho do irmão, que muitas vezes mudando de lugar constantemente termina esmorecendo-se. É sempre válido lembrar a todos que avisem ao fiscal se for demorar a voltar para corrente, para ele o substituir.
-  Sobre os lugares na  mesa (Estrela), não é necessário substituir o lugar caso o irmão não vá demorar. Mesmo o lugar vazio continua emanado da nossa energia, e por isto está preenchido.
-  É sempre bom explicar ao visitante, de forma serena, a importância da presença na corrente, na composição do bailado. Quando a fiscalização perceber que isso não está acontecendo durante o trabalho. Cabe ao fiscal  total equilíbrio, firmeza e clareza ao relembrar sobre essa importância.
- Algumas vezes é necessário que o fiscal mude o participante de lugar, devido a sua conduta na corrente, independente do motivo. Mas sempre bom lembrar ao irmão a necessidade de se compor no salão dourado, se mantendo na corrente e se harmonizando com ela, pois a corrente deve ser sempre  100%.
- O fiscal deve sempre ser o mais discreto possível na sua atuação, cheia de atenção e boa vontade, principalmente com aqueles irmãos que estejam passando alguma disciplina ou qualquer outro tipo de dificuldade.
- Havendo  algum problema mais grave que fuja do seu controle e autoridade, deve dar a ocorrência ao comando do trabalho, tanto masculino quanto feminino.
- O ritual tem por meta contribuir para o encaminhamento da cura dos participantes, seja qual for à questão que o leva ao Trabalho. As normas de ritual são constituídas para esse zelo.
 -A conscientização é um percurso que jamais pode ser obstáculo para que o participante alcance seus objetivos. E normas como essa ao fardado da Casa, nesse sentido são direções, setas que nos indicam o procedimento a ser seguido, respeitando a dinâmica do ritual e do trabalho vivo. O olhar de um fiscal atento sem preconceitos pode nos dar agilidade e sabedoria para que de acordo com cada situação que nos apresenta agirmos  com compaixão e coerência.
- Aos visitantes, principalmente se nunca participaram de bailados, os ficais do inicio do trabalho poderá instruir sobre os ritmos da marcha, valsa e mazurca. Instruções sobre a sicronicidade da corrente. E explicar que o bailado não é uma dança do corpo.

 D) OUVIR MUITO E FALAR POUCO – Significa que o fiscal deve falar o necessário, seja para uma orientação, quando se fizer necessário no sentido de esclarecimento ou se lhe for solicitado. Atento para não entrar na armadilha da palavra, e somente lembrar que na doutrina, o hinário é a fala mais profunda que podemos receber. E a sabedoria chega para cada participante na força, não sobre a opinião pessoal do fiscal. Elas podem sobrecarregar mais do que auxiliar o atendido. Muito mais valiosas são as emanações de confiança, carinho amorosidade, no olhar, na presença e concentração do fiscal, e que podem ser transmitidas no máximo de silêncio possível. O silêncio é uma prece.

 E) NÃO TOCAR –  Da mesma forma, evitar o toque dos irmãos em processo, salvo se solicitado, ou quando seja evidente a assistência corporal. Pois trocamos energias e precisamos está firme para ajudar o irmão necessitado, deixar ele passar por seu processo e apenas acompanha-lo.

F) NÃO PODE – Nesta mesma sintonia de positividade devemos evitar expressões como "não pode", "não deve". Estas expressões devem ser substituídas por "seria bom", "pode ser melhor pra você". Somos zeladores e devemos ser amorosos  e atenciosos. Nossa função é cuidar, zelar e não reprimir ou impor a todo custo as regras. Lembremos sempre do bom senso e do real sentido de ser fiscal, que é acima de tudo manter a harmonia e o fluir de forma firme, porém humana.

G) FORA DA CORRENTE -  Há duas vertentes a ser consideradas nessa situação e o termino do trabalho::  

 I) O fardado fora da corrente: - Visitante ou da casa. A fiscalização entende necessidades pontuais, regradas nas normas do Mestre, como o direito de se manter três hinos fora da corrente. Se ultrapassado esse linear, cabe ao fiscal, com toda educação e sutileza lembrar ao irmão do quanto sua concentração, seu canto no salão é importante. A contribuição única desse fardado em seu lugar no salão, no trabalho espiritual.  

II) Visitante, novatos fora da corrente: A função do fiscal é orientá-lo sobre seu retorno. Visitantes, novatos, recebem essa informação na anamnese, mas por serem novatos, ainda entendendo a força espiritual do  Santo Daime, necessitam de cuidados. Para isto é necessário calma e paciência do fiscal, priorizando primeiramente o bem estar do visitante e depois a norma da importância de se manter na corrente. Precisamos ter muito cuidado com eles, pois não estão acostumados com nossas normas e a força do Daime.    

III) Encerramento do trabalho: O fiscal deve organizar a corrente para que todos os irmãos fardados ou não estejam perfilados no salão, ao ultimo hino do hinário e do trabalho. OBS.: é inadmissível qualquer procedimento de resistência, ou atitude incabível de natureza não amorosa em ambos casos.

H) REBELDIA E RESISTÊNCIA – Existem de fato situações em que o irmão está ali, descumprindo as orientações gerais do trabalho não por dificuldades maiores ou desconhecimento, mas sim por rebeldias e resistências do ego. Ainda neste caso é melhor que prevaleça a suavidade e  até  mesmo a tolerância com aquilo que também é uma dificuldade travestida de outras faces do irmão rebelde. Isto não significa absolutamente uma situação de passividade. Nestas situações é preferível a não-ação, deixando as vezes que a própria FORÇA o leve para o trilho de atuação correto; esperando o momento apropriado para a conversa e orientação ideal. Geralmente ao termino do trabalho, com o comando da fiscalização ou o comando da casa. Um eventual endurecimento da situação  é mais prejudicial que o deixar passar mal, tanto para o sujeito, como para o fiscal e para a corrente. Nestes casos, se solicitado pelo comando da casa, o ocorrido deve ser relatado no livro de ocorrências.

 I) VESTIMENTAS – É pedido aos fiscais atenção com relação as normas relativas as vestimentas, como as que definem o não uso de cores vermelhas e pretas  nos rituais, ou roupas muito transparentes, cavadas,  e curtas (homens calças e mulheres Saias a baixo do joelho). Explicando que são regras da doutrina para preservar o irmão. O trabalho sempre preservará uma conduta de neutralidade e concentração, dentro da corrente. Estas informações devem ser passadas na anamnese.

 J) A MEDIUNIDADE DOS FISCAIS – Os fiscais devem confiar na sua mediunidade para atender aos irmãos, de modo a cumprir  sua função de facilitador. Isso significa aparelhar-se da consciência da suavidade e gentileza, buscando evitar de todo modo intervir de forma brusca nos processos que esteja vivendo o irmão necessitado.

L) A IMPORTÂNCIA DO FARDADO FIRME NA PRIMEIRA FILA – A informação a todos os fardados da casa é ter a compreensão que estar na primeira fileira é a primeira recepção de irradiação das alas. Um local de firmeza, concentração e neutralidade, onde fardados devem estar ciente de que é um lugar gerador de exemplo ou distração. Tendo ciência também que os trabalhos oficiais do calendário, há a recepção da igreja de muitos participantes e a ordenação de uma conduta serena, concentrada no lugar de primeira fileira é primordial. Obedecendo assim a conduta de cada trabalho, se for banca fechada manter-se firme nas incorporações. Como fardados da doutrina, é compreender que o objetivo é concentração e presença no estudo: cantar hinário, se conhecer, se concentrar, ali ou em qualquer lugar que esteja compondo o batalhão.

 M) O FISCAL E SUA AÇÃO FRENTE A SITUAÇÃO DE APARELHAMENTO  -  No caso de um irmão que estiver trabalhando mediunicamente, irradiado ou incorporado, o fiscal sempre procurar estar conectado com o comando maior dos nossos guias maiores, Mestre Irineu, o Padrinho sebastião e Jesus Cristo, que estão conectados ao comando da casa. Se a incorporação for de um irmão sofredor, atender de forma serena e amorosa verbalmente, para conduzi-lo a luz. E se necessário, atender com a dose de daime, fazendo o sinal da cruz com o daime na testa e oferecendo o daime. O aparelho deve tomar o daime com suas próprias mãos, se não for possível ajudar na consagração do Santo Daime.  Caso o sofredor tenha atitude brusca, necessário ajuda dos fardados da casa para conte-lo, sempre em silêncio, deixando o fiscal atender verbalmente. Se necessário solicitar a ajuda do corpo de fiscal mais apto para esse tipo de atendimento. Caso o irmão aparelhe de guia, apenas ficar por perto caso seja necessário abrir espaço para atuação. Se ocorrer vários aparelhamentos ao mesmo tempo, o fiscal deve manter a calma e vigiar o salão todo. Geralmente  são necessários dois ficais, um para atender e outro para vigiar. Se houver manifestações mediúnicas em trabalhos com banca fechada, primeiramente deve-se observar se a manifestação atrapalhará o trabalho (se for uma concentração, por exemplo), se sim, com muito cuidado e educação solicitar ao médium que se dirija para um lugar mais apropriado para a manifestação uma vez que o trabalho está com a banca fechada. Se não, o fiscal deve se manter por perto para emanar a firmeza da fiscalização.      

  N) ORGANIZAÇÃO DAS ALAS: As 3 alas masculinas e femininas são distribuídas desta forma: Ala da Casa: a ala do comando, dos mais velhos, dos da casa, dos patriarcas e matriarcas. Ali também são posicionados os expoentes da doutrina.   Ala dos visitantes: compostas numa seqüência de fardados da casa com faixa etária intermediaria podendo ser casados ou solteiros não virgens a partir dos 30 anos. Caso chegue algum visitante fardado de fora, geralmente compõe esta ala, independente de faixa etária, a não ser que seja virgem. Alas Jovens: originalmente para  virgens, crianças, e Jovens (até 29 anos) que não vivem nenhum tipo de relacionamento conjugal.   Obs.: Visitantes não fardados devem ser distribuídos nas alas, tendo o bom senso que na ala Jovem é preferível manter jovens e solteiros, caso tenham muitos, pode-se distribuir na ala dos visitantes.

O) CRITÉRIOS DE COMPOSIÇÃO DAS ALAS Deve-se sempre compor o salão na harmonia, observando a cadência (altura) das filas e das alas. Algumas observações importantes são:

I - A fila é organizada da direita para esquerda, sendo o mais alto na direita puxando a fila. Esta ordem de tamanho tem exceção  quanto a diligência, Padrinhos e Madrinhas, pois eles geralmente puxam a fila independente de tamanho;

 II - Evitar deixar algum irmão, principalmente visitante, em uma fila atrás bailando sozinho, pois pesa para irmão ficar sozinho puxando uma fila, principalmente quando não se tem firmeza;

 III - Por mais que o irmão fardado de fora seja baixo, sempre priorizar colocar os da casa na frente, principalmente se for um irmão que não se conhece. Assim evitamos eventualidades inesperadas de irmãos fardados que não conhecemos.

IV - Colocar os visitantes de primeira vez na ala dos visitantes e na fila de trás para evitar expor o irmão, caso ele tenha muita passagem, estando atrás e no meio ele ficará mais protegido em termos de visibilidade;

 V - No bailado o fiscal teve estar atento para reorganizar as filas.  Sempre que observar que o bailado está com buracos, esperar um pouco para saber onde estão os irmãos que estão fora da corrente, para reorganizar as alas. E o irmão deve avisar ao fiscal ao sair da fila o que irá fazer. Devemos evitar no bailado a reorganização da fila com muita freqüências, pois movimentação de irmãos na força pode causar enjoos, entre outras demandas;

VI-Durante um bailado, no momento do despacho,, não precisa reorganizar a fila, cada qual irmão pode tomar seu despacho e voltar para o seu lugar, pois é um momento de transição.

 VII – Esclarecimento: alguns irmãos fardados ou não fardados poderão mudar de lugar ao decorrer do trabalho, por motivos como: fechar um buraco na corrente, ou por falta de firmeza durante o trabalho, ou porque o irmão que geralmente está no lugar que ele se encontra chegou ao trabalho (geralmente isto acontece na fila da frente). Sempre bom ficar atento a esta harmonia na corrente.

VIII - Cadência da fila: A corrente possui uma organização igual e harmônica. A corrente é uma Mandala e esta Mandala deve estar disposta igualmente em todas as alas. A quebra desta cadência pode atrapalhar o fluxo de energia durante o bailado.

P) TIPOS DE FISCALIZAÇÃO  Sobre os tipos de fiscalização cabe saber que todos fiscais sempre estarão amparado por 3 setores de comando do trabalho espiritual no salão:

· I - Comandante, dirigente ou presidente da mesa: responsável geral pelo trabalho espiritual.

· II - Comandante da ala feminina e comandante da ala masculina: Cuidam da ordem na fila, da harmonia da corrente e correção do bailado.

 III - Fiscais de salão, atendimento : Responsável por zelar o salão. para isto existe as tarefas de cuidado com arrumação do salão como: Manter as velas da mesa acesas, a jarra da mesa cheia, as cadeiras organizadas, a mesa da água organizada, o papel higiênico disponível e os irmãos em seus lugares. A fiscal feminina zela por duas velas da estrela do lado feminino e o fiscal masculino zela pelas outras duas velas da estrela e pela vela do despacho. Também são encarregados por zelar pela passagem daqueles irmãos e irmãs que estão necessitando de auxílio para viver a sua experiência espiritual. A doutrina é cantada, sempre importante estar atento se todo participante possui hinário e na medida do possível, tentar ajuda-lo quanto a isso. São também responsáveis pela formação das alas seguindo os critérios acima de ordenação. Nos bailados, durante o intervalo os fiscais devem ficar atentos em não deixar as velas se apagarem, organização e limpeza do salão para o reinicio do trabalho. Assim como os irmãos que podem entrar em passagens durante o intervalo.          

  IV - Fiscal de Porta: Zela pela porta, o acesso e saída da Igreja. Controla a direção de cada um que sai do trabalho e quando necessário indaga os motivos, sempre importante o fardado da casa, ou visitantes informar seu destino para o cuidado da própria segurança  dentro do terreiro. No caso do fardado, essa informação auxilia a fiscalização no cuidado das alas, para que a corrente se mantenha harmoniosa, sem buracos.  É o intermediário entre os fiscais do salão e do terreiro. Obs: Lembrando que atualmente estamos com várias portas na igreja.

 V - Fiscal de Terreiro\Ronda: Encarregado do movimento e atendimento no terreiro da Igreja. Também recebe pessoas encaminhadas pelo fiscal de salão para o terreiro e vice-versa. O fiscal zela pelas velas dos pontos do cruzeiro e São Miguel. No CSLM em fase de crescimento, essa função na ala feminina é atribuída à fiscal do salão, pelo numero de fardadas. A ajuda para não deixar o salão sem fiscal é atribuída à fiscal de reforço, enquanto o atendimento em acompanhar pessoas com passagem ao terreiro, é cumprida pela função da fiscal de salão. Porém, com essa realidade em mais fardadas, essa função passará a ser como a de todas as igrejas da doutrina no santo daime.

VI - Fiscal de Reforço: Considera-se reforço todo o efetivo da escala de fiscais que mesmo não estando em seu turno pode ser convocado para alguma emergência. Lembrando sempre ao fardado que é de suma importância manter-se em seu lugar e só sair para fiscalizar se for convocado. Quando um fiscal for passar a fiscalização para outro irmão  deverá passar a fiscalização com as velas ok, água da mesa ok, organização do salão ok (cadeiras, copos, etc...) informando os irmãos que estão fora ou qualquer ocorrência que estiver acontecendo no seu turno de fiscalização.  Encontramos em algumas cartilhas que os fiscais dos trabalhos são responsáveis pela abertura dos pontos na abertura do Trabalho. No CSLM, pelo numero ainda de fardados, geralmente são os comandantes das alas que organizam esse trabalho. Mas seguindo o crescimento da nossa igreja, passará a ser desenvolvida pelo fiscal do trabalho.

 6 - Considerações finais

A - ATRIBUIÇÕES E FORMAÇÕES DOS FISCAIS

Todo o fardado da nossa Casa, guiado pelas reflexões constadas chegará a compreensão da prática da caridade Divina através da fiscalização. Os novos fardados, sempre terão acompanhamento durante a execução desta função. Para ir compreendendo e tirando dúvidas da função de fiscal, enfatizando o zelo e o cuidado com a expansão da doutrina no CSLM. Mas a lição primordial no estudo da fiscalização é a prudência e responsabilidade em cada ato decidido. Sempre com muita calma e carinho. O respeito entre os fiscais é primordial, cada um em seu grau e com suas qualidades. Que o conhecimento seja muito bem vindo a todos nós!

A meu Pai eu peço força
 Para eu ter essa calma
Para eu seguir com
Vós Receber a santa paz
Meu Mestre me ajude
Não me deixe esmorecer
Vós envie os meus irmãos
Para todos eu receber
Para todos eu receber
Com amor no coração..... ( Madrinha Rita)

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